Livraria Virtual

Livraria Virtual
Livros em diversos idiomas, para todas as idades.

23.12.08

FELIZ NATAL!!!


"Contos de Natal" de Ana C. Antunes

Na noite de Natal uma menina poe a estrela na arvore de Natal. Seu irmao, ja bocejando, reclama que ela esta tomando muito tempo para encontrar o lugar certo para colocar o enfeite.

Animacao do livro "As Quatro Fadas" de Ana Claudia Antunes

Papai Noel nao pode entrar pela lareira porque estava acesa. Teve que arranjar um modo mais criativo para dar uma licao na menina avoada.
"Contos de Natal"

Animacao do livro "As Quatro Fadas" de Ana Claudia Antunes

12.12.08

Chega de Saudade

Para fechar o ano com chave de ouro, eis-me aqui a cantar a musica em homenagem aos 50 anos de Bossa Nova no Brasil e no mundo. Naquele tempo, enquanto Vinicius trabalhava de vice-consul e embaixador cultural, muitos o criticaram. Mas tambem na epoca da Ditadura pouco se podia falar e, com alguem com tantas virtudes como o nosso grande poeta, ficava dificil manter a boca fechada, e vexado ele nunca foi, mas apaixonado sempre sera. Entao que seja eterno enquanto dure, Vinicius!!

"I want a Sweetheart" Dominguinhos (on my way)

How I miss some sugar
I miss to have a sweetheart
But as I don't have any
I live my life so lonely.

I just want a honey
who brightens up my days.
A sweetheart for me
in my own way
who cheers up my days.

A sweet love for me
to smile again
and end up my pain.
(Translation by Ana in-Tunes)

Tenho certeza que eu aprendi a compor e cantar antes de falar. Tambem nao era por menos, com uma familia doce, a do-re pra mi, papai no violao, mamae a balbuciar umas notas, a minha irma sopranissima de Opera House, nao havia como nao fazer meus primeiros batuques no xilofone estridente, mas que eu tratava inutilmente de faze-lo mais harmonico, e depois nao poderia deixar de dedilhar em meu piano de brinquedo que ganhei do meu tio, e minha familia finalmente pode disfrutar de um som mais suave. De ahi, com apenas tres a quatro aninhos, compus minhas primeiras cantigas. Talvez para me fazer ninar, ja que era a menorzinha, e as vezes era deixada de lado por ser tao pequenina e fragil. E havia umas duas cançoes que meu pai tocava no violao, uma era da casa engracada (e vejam so que era de Vinicius e eu ja dormia com ele em meus sonhos e nem sabia) e havia outra que ele cantava antes de eu dormir que eu repetia como um mantra: Boi, boi, boi, boi da cara preta... e ahi entao eh que eu ja nem conseguia fechar o olho. Fui, entao, como Vinicius, criada entre música, sons, sussurros e suspiros. Minha irmã e meu irmão tentavam alguns acordes no violão do meu pai que sempre tocou piano gracas a minha avó que era professora de piano, e ambos tocavam divinamente. Pai, pai piano, pianissimo!! Que bons tempos... e grata lembranca. Mas os anos se passaram, e meu amor pelo piano foi levado ao ritmo e ao movimento, que foram crescendo desde sempre e tao naturalmente em mim, e a danca passou a ser minha nova paixão. Mas para encerrar o refrão, cito Vinicius como se ele falara por mim:

"Meu pai também tocava violão, cresci ouvindo música. Depois a poesia fez o resto."

3.12.08

Um Apologo de Machado de Assis

Surpreendente o conto de Machado sobre a agulha e a linha. Quao eloquente e atual o tema onde o trabalho de um se faz a gloria do outro, onde o humilde e explorado ator se ve emaranhado em uma rede de eventos em que o superficial brilha pela ignorancia dos demais, e o profundo e elaborado, meramente camuflado como os nos por detras das lantejoulas. Que para manter as aparencias se esquece o conteudo e se devota uma vida inteira a ser aquilo que se acha mais aceitavel (e a citar: em qual conceito?) e que se investe tempo e dinheiro em esconder aquilo que nao se quer que o outro veja, como se para curar uma ferida profunda bastaria um parche e um arremate e pronto. E o trabalho humilde nao so nao chega a ser visto quanto menos dito e devidamente recompensado. Quantos de nos somos meras agulhas a bordar fios invisiveis no amago do mundo e preenchendo os buracos da vida em um interludio em que o protagonista ja nao precisa ser aquele que faz mas aquele que o acompanha, como se o segundo plano fora tao mais rico de sensacoes (porem muito mais vulneraveis aos defeitos e a sordidez da ambicao, onde a classe operaria nao leva mais que seu pao amassado pelas maos endurecidas e molhado com o suor do seu rosto).

Bem deixo registrado que foi somente depois de ler a obra de Machado que me inspirei a escrever contos e poemas. Uma das minhas primeiras poesias, que escrevi com esmero em meus meros onze anos de idade e que aqui transcrevo decor e de coração (ja que a tenho na palma da minha mão) e que por um afã pessoal de fã de Machado não poderia senão guarda-la no fundo do peito, tinha como narrativa e tema um dos personagens mais famosos de sua literatura, a "Capitu dos olhos de ressaca" e eu que naquele tempo nem entendia muito bem qual era o verdadeiro significado da palavra "ressaca" (e ainda bem entao):

"Bonita e sorridente,
com olhos de ressaca,
Capitu se ve em frente
da grande vidraça.

A loja com seus vestidos,
Capitu com seus sentidos
quer tudo, tudo para ela,
quer se vestir de donzela."